terça-feira, setembro 04, 2007

A ORIGEM

Os nossos seguidores, muito deles de bastante longe, indagar-se-ão sobre a origem deste estranho movimento cósmico... Pois bem, devemos uma explicação sobre a origem de toda esta nova filosofia, este glamour transcendente... pasmem-se e conheçam a verdade.
Apelidada como a terra das gajas boas, Ermesinde é uma modesta urbe do Noroeste Peninsular, com tradições e gentes muito peculiares. (gajas boas só mesmo uma ou duas e ou se encontram tomadas ou se estão a cagar aqui para os meninos)
Nesta bela porção de planeta com uma mitologia muito própria há episódios que não podem deixar de se recordar. Não tendo eu um registo fotográfico portentoso, limito-me a expor algum do meu espólio para que todo o mundo possa testemunhar indubitavelmente a alegria que reina entre nós. Mesmo que ausentes, todos os ermesindenses merecem ser louvados e lembrados. Aqueles que nos representam nos 4 cantos do mundo, choram por não sentir aquela audácia sensorial de cheirar o Leça, mictar no urinol do Tio Tone ou comer uma atropelada no mesmo estabelecimento. Agora que a ONU finalmente decidiu elevar-nos a património da Humanidade, agora que somos já uma cidade estado só nos falta uma coisa...
REACTIVAR A FERTOR JÁ!!! A retirada do aterro sanitário da nossa terra é, nada mais nada menos, que uma medida do poder central para nos retirar poder decisório e nos enfraquecer enquanto comunidade.


As memórias da nossa infância não deixam que esqueçamos aquele aterro feito colina serpenteado pela linha do comboio, atravessado pela autoestrada e sobrevoado pelas linhas de alta tensão. E é por toda esta nostalgia que os nossos compatriotas tentam buscar alguma alegria em substâncias vínicas e medicação forte.
Nós merecemos esse estatuto, não queremos ser conhecidos por ter gajas boas, mas sim por ter um belo aterro condigno e solarengo.
Porque além da nossa freguesia ser trespassada por um dos rios mais podres da Europa, não podemos negligenciar o facto de ser cá que nasce, também, um dos outros rios que compõe esse ranking: o Rio Tinto, maravilhoso espécime de caos negro e turvo que abraça o Douro junto à Ponte do Freixo, levando um pouco de Ermesinde até ao mundo...
A população ermesindense, revoltada, tentou expandir os seus domínios, tanto para o lado de Valongo, Alfena, Águas Santas, Ardegães ou Baguim do Monte (tudo metrópoles conhecidíssimas)
Não que queiramos ser fundamentalistas a esse ponto, mas... lembram-se de eu ter falado numa conquista aguerrida do enclave do Alto da Maia, pois é, nada disso teria sido conseguido sem os esquadrões bem treinados e aguerridos das brigadas Eduardo Moura. Eis a sua foto depois do (alegado) rapto do famoso Tone Grande no SaibrasGate, o famoso caso de tráfico de tomilho.


Nunca nada se provou sobre "O MOURA", mas todos sabemos do seu poder imenso em controlar as grandes mentes e opinar sobre as questões mais prementes e delicadas que afligem o mundo. POR FAVOR, satisfaçam as nossas exigências, não queremos OBRIGAR-VOS a fazê-lo!
Devido a acções da Resistência Armada Ermesindense, cercada há meses no enclave das Saibreiras, retiramo-nos da cena política mundial, repensando estratégias e modus operandi, mas...finalmente, voltamos!!! Após dura resistência nas montanhas, semanas de fome, carestia (vivendo com apenas umas poucas caixas de champanha e caviar por semana), e muita luta armada, conseguimos!!! A República de Ermesinde foi finalmente proclamada e admitida no seio das nações do mundo, tendo até já sido reconhecida pelo Vaticano e pelas repúblicas vizinhas de Baguim do Monte e Alfena. Baseados em exaustivos estudos etnográficos, o nosso povo conseguiu provar a todo o mundo o seu carácter genuíno e as suas peculiares tradições. Depois de anos de esforços diplomáticos mediados pelas mais diversas organizações mundiais e devido ao fracasso desses compromissos, partimos para uma dura batalha conseguindo o nosso almejado território. Além dessa terra há muito prometida e como compensações pelas perdas de guerra, anexámos uma parte do reino vizinho do Alto da Maia, tendo essa vitória sido possível depois de uma feroz luta em que foi tomado o seu quartel general e se rendeu o seu líder: Manel do Bilharista. O nosso lema, aquilo que nunca deixou que a esperança caísse por terra sempre foi: FREE EDUARDO MOURA!!! E o primeiro acto oficial deste pueril estado foi eleger de modo vitalício esse mártir do nosso povo.
Agora, após anos de lutas intensas pela nossa liberdade e pelo nosso quinhão de terra, os nossos descendentes poderão crescer na felicidade que faltava aos espíritos ermesindenses, podendo exercer o seu direito de serem livres e cumprirem/ imor(t)alizarem as belas tradições do nosso povo. Uma terra onde o anal e a drunfaria andaram de mãos dadas com o furto e os psicotrópicos, onde o dente podre será sempre razão de alegria e o chulé e a peidaria nunca passaram despercebidos. Um local aberto a tudo e a todos, onde o futuro nao existe porque preferimos nao pensar nele, onde o esforço para singrar na vida se resume a jogar cartas, embebedar-se e fazer nuvens de fumo mais ou menos estranhas.
Como Governo provisório, algumas das nossas mais pujantes mentes assumirão o poder até que possam ser organizadas eleições livres. Viva a República! Viva Ermesinde!